Talita já havia concluído o ensino médio há alguns anos quando decidiu prestar o vestibular para Letras na USP. Na época, trabalhava e estudava (fazia uma outra faculdade) e não teria tempo para inserir um cursinho em sua rotina. Por isso, decidiu estudar por conta: “Eu ainda tinha minhas apostilas do ensino médio. Olhei o edital da prova, observei os tópicos que deveria estudar e organizei um cronograma de estudos que contava com cerca de duas horas de dedicação diária. Eu estudava em meu horário de almoço e quando chegava em casa da faculdade. Nos finais de semana eu costumava dedicar mais horas de estudo, mas não deixava de ter momentos de lazer, porque senão a gente não aguenta.”

A rotina corrida foi a maior dificuldade que Talita enfrentou, mas ela conta como conseguiu se manter firme: “Eu cursava uma faculdade privada e um curso que não me agradava. Além disso, trabalhava em algo que não tinha nada a ver comigo. Eu pensava que, se passasse no vestibular, poderia estudar na melhor universidade do país, estudar aquilo que eu realmente queria e, além disso, poderia investir aquela grana da faculdade particular em outras coisas. […] Seriam alguns meses de estudo que, no final, poderiam me render um futuro completamente diferente, então valia a pena o sacrifício e a dedicação.”

Além das apostilas, Talita afirma que utilizava a Internet como sua aliada: “Eu buscava provas anteriores da Fuvest, fazia muitos simulados e os utilizava como termômetro –eu observava
meus erros e acertos e via onde eu estava bem e onde eu precisava focar mais. E assim eu estudava mais sobre um assunto e menos sobre outro, por exemplo.”

Talita também tinha uma estratégia especial para manter o foco nos estudos:

“Eu fazia pequenas apostas comigo mesma. Por exemplo, a cada semana, eu me desafiava a fazer mais pontos nos simulados do que na semana anterior. Dessa forma eu garantia que estava evoluindo e conseguindo resultados realmente satisfatórios. Minha recompensa era me permitir um doce delicioso no final de semana, por exemplo. A cada semana eu definia um novo desafio.”

A dica que ela dá para quem está começando sua rotina de estudos é a seguinte: “Não é fácil, mas vale a pena. Ver seu nome na lista de aprovados é uma sensação única! E não pense que somente quem faz cursinho é capaz, todos somos. Basta termos disciplina e boas ferramentas. Hoje em dia há inúmeras ferramentas disponíveis online, vale a pena pesquisar direitinho e se organizar. Acredite em você.”

Talita Cesar, 31